sexta-feira, 26 de setembro de 2008

A Sexualidade na Família - Entrevista

ENTREVISTA COM O PSIC. CARLOS CATITO GRZYBOWSKI

ClickFamília - Ainda hoje o tema sexo é tabu nas famílias? Por quê?

Psic. Carlos Catito - Apesar de vivermos em um ambiente de muita liberalidade social no que diz respeito à questão da sexualidade, um elemento essencial não foi desenvolvido no seio familiar que é o DIÁLOGO. Marido e esposa, pais e filhos ainda cultivam muita dificuldade de desenvolver diálogos profundos e maduros. Assim é comum se falar sobre temas profundos de maneira superficial, como no caso do sexo. Podem se contar piadas, fazer gozações com membros da família sobre esse tema, mas um diálogo fecundo que promova a discussão de valores é, na maior parte dos lares, omitido.
ClickFamília - De onde se origina o tabu sobre este assunto?
Psic. Carlos Catito - O tabu sobre o tema “sexo” provém das distorções culturais que foram se implantando em nosso meio ao longo dos séculos. Em primeiro lugar houve, na cultura ocidental cristã, um contrabando da ideologia grega, que separa o corpo do espírito, atribuindo ao espírito todas as virtudes e ao corpo todas as maldades. Desta forma o que é do corpo ou ligado ao corpo (como o prazer sexual), é visto como algo mal, sujo, pecaminoso.
Veja que este não é um princípio bíblico, pois o sexo é parte da criação de Deus e, portanto, muito bom (Gênesis 1:31). Outro elemento que acentuou esse tabu foi exatamente a má interpretação da Bíblia por teólogos cristãos na Idade Média.
Agostinho afirmava que o sexo é um mal necessário para a reprodução e a igreja cristã da época colocava o celibato como um bem maior a ser desejado por todos os homens (alcançado pelos vocacionados) e a virgindade das mulheres como algo divino (inspirado no nascimento virginal de Cristo). Assim o sexo foi criando matizes negativas e, posteriormente foi associado com o pecado original. Tudo isso contribuiu para uma interpretação distorcida e negativa da beleza do sexo criado por Deus.
ClickFamília -O culto ao corpo e a liberdade de expressão da sexualidade são temas que hoje aparece diariamente nas telenovelas e filmes. Como os pais devem lidar com esta questão junto aos filhos pequenos e adolescentes?
Psic. Carlos Catito - Lidar com estas questões sempre envolve VALORES! O diálogo não pode e não deve ficar no nível da fisiologia ou da genitalidade, mas os pais devem ser sempre muito francos com os filhos e falar de seus valores. Para tal é necessário que os pais (o casal) mantenha entre si um diálogo franco e honesto sobre os valores que adotam para si e que julgam importantes de serem transmitidos para os filhos.
Uma vez isso estando acordado entre o casal, deve-se aproveitar todas as oportunidades para comunicar seus valores aos filhos, quer seja num momento de visualizar uma cena televisiva ou num beijo ou abraço trocado entre o casal diante dos filhos. Devem mostrar que sexo é mais que algo fisiológico, é uma questão de profundo conhecimento do outro e portanto não deve ser banalizado – como nos filmes e novelas – mas desfrutado como algo prazeroso que nos é outorgado por Deus e que necessita de uma relação íntima e duradoura para ser alcançado em toda sua profundidade. Jamais encontros casuais podem atingir a plenitude que a relação sexual pode oferecer pois falta o essencial: o conhecimento do outro, que é diferente de mim!
ClickFamília - O que os pais devem fazer para lidar com mais abertura e falar com seus filhos sobre a sexualidade?
Psic. Carlos Catito - Aproveitar todas as oportunidades para falar sobre o assunto. Quando uma criança ou adolescente vê uma cena de sexo na TV, uma imagem sensual na banca de revistas ou outdoor, os pais, ao perceberem, não devem ficar com vergonha ou fazer de conta que não notaram que os filhos viram. Antes aproveitem as oportunidades para falar de seus valores pessoais.
Não com um moralismo burro do tipo: “que coisa mais feia”; “que nojento”, mas de valores reais e concretos como: “veja filho, nos filmes as pessoas mal se conhecem e já vão se entregando às outras, mas nós cremos que para uma entrega verdadeira é necessário um profundo conhecimento do outro e também um vínculo de compromisso e isso é que dá a verdadeira beleza do sexo, por isso nós acreditamos no casamento!”
Se os pais puderem passar aos filhos estas crenças básicas no amor, na beleza do sexo e no vínculo do compromisso que autentica a verdadeira liberdade, os filhos crescerão com uma imagem saudável sobre o assunto. Não devemos ter vergonha de falar daquilo que Deus não teve vergonha de criar!
ClickFamília - Quais são os meios para que a família possa desenvolver uma sexualidade sadia?
Psic. Carlos Catito - Começa no ambiente que se desenvolve no lar. Os filhos precisam perceber que existe ternura no relacionamento entre os pais. Quando eles vêem que seus pais se amam e expressam isso de forma aberta e espontânea através de abraços, beijos e outras expressões de carinho eles sentem-se seguros e há liberdade no relacionamento. A sexualidade é percebida então de forma positiva, como um componente enriquecedor e integrante do cotidiano do relacionamento entre os pais.
Do contrário, quando os pais se tratam com frieza, distância e até mesmo com desrespeito e agressividade, os filhos acabam tendo a falsa idéia que a sexualidade é algo separado do relacionamento diário, que deve ser feito às escondidas e em segredo por não ser muito lícito – afinal não é um complemento do dia-a-dia conturbado do relacionamento dos pais.
ClickFamília - Qual sua opinião sobre este aspecto: É dever da mãe conversar sobre sexo e sexualidade com as filhas e dever dos pais conversar com os filhos?
Psic. Carlos Catito - Não vejo nenhuma base bíblica ou científica para tal afirmação, muito pelo contrário: a Bíblia afirma que a responsabilidade da educação dos filhos é de ambos (pai e mãe) – conforme Efésios 6:4. Em primeiro lugar porque, como falei acima, a educação sexual tem a ver com a transmissão de VALORES e estes valores não podem ser os valores só do pai ou só da mãe, mas devem ser de ambos. Uma vez que o casal define quais os valores que querem passar aos filhos, não importa se é o pai ou a mãe que os transmite ao filho homem ou mulher.
Em nossa cultura machista temos o ranço de acreditar que o pai deva ensinar o filho a “ser macho” e isso culturalmente significa tratar a mulher como um objeto e um ser inferior que deve ser usada para as satisfações sexuais (conquistas) do homem. Essa forma de pensamento, além de contrária à Bíblia (que ensina que ambos – homem e mulher – tem o mesmo valor diante de Deus) é desrespeitosa e viola o primeiro de todos os direitos universais do ser humano que é o de igualdade entre as pessoas. No modelo bíblico de ensino pai e mãe são co-responsáveis pela educação de todos os filhos.
ClickFamília - Que conselho o irmão daria para os pais?
Psic. Carlos Catito - Dr. Daniel Schipanni, um pastor e psicólogo argentino radicado nos USA, afirma em seu livro sobre educação e filhos que o melhor que um pai pode fazer pelo seu filho é amar a mãe de seu filho (sua esposa) e o melhor que uma mãe pode fazer por seu filho é amar o seu marido (pai do filho).
Quando existe o verdadeiro amor entre o casal e isso é expresso de forma livre e tranqüila para e diante dos filhos, estes crescerão com uma noção correta e sadia da sexualidade como sendo uma continuidade do afeto, do carinho, do vínculo e do compromisso e não como o conceito popular como algo “de pele”, num reducionismo organicista que não fica muito longe do conceito animal de “cio” e rebaixa efetivamente o caráter superior de ser humano em relação aos demais animais – no entendimento bíblico o caráter da “Imago Dei” impressa em nós.

ClickFamília - Você acreditar que a igreja tem ajudado as famílias nessa questão?
Psic. Carlos Catito - De uma forma geral NÃO! Na maioria das igrejas o sexo é tratado culturalmente e não biblicamente, as idéias vitorianas e medievais ainda prevalecem, vendo o sexo como algo sujo e pecaminoso (aliás um pecado de valor maior que os demais) e não como algo belo e criado por Deus para o prazer da pessoa dentro de um relacionamento de compromisso e repleto de ternura – o casamento!Poucas igrejas instruem os jovens sobre o tema e muito menos o casal e por isso há um crescente aumento de divórcio entre cristãos e infelizmente ente pastores. Creio que deveria ser um tema de constante estudo em reuniões de jovens, retiro de casais e sermões. Como citei acima, NÃO DEVEMOS TER VERGONHA DE FALAR DAQUILO QUE DEUS NÃO TEVE VERGONHA DE CRIAR!

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