sábado, 9 de agosto de 2008

Motel é pecado ou não?

No mês de fevereiro, em nossa enquete, elaboramos a seguinte pergunta: "Qual sua opinião em relação a um casal cristão freqüentar motel?"

Obtivemos os seguintes resultados
- Não vejo nenhum problema espiritual ou moral nessa prática – 36,9%

- Acho que é um local inadequado para um casal cristão, embora não veja pecado nisso – 46,9%

- Acho que é pecado e devemos condenar essa prática – 16,20%

Convidamos o Pr. Ailton Desidério, pastor da Igreja Batista de Lins de Vasconcelos, no Rio de Janeiro, para comentar e fazer algumas colocações. Leia o texto comentando o assunto.

Pr. Ailton, além de pastor, é mestre em psicologia, com especialização em psicanálise.

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As questões relativas a sexualidade sempre foram vistas como tabu, assunto secreto, que não deve ser compartilhado em público e nas raríssimas vezes em que era compartilhado sempre era as escondidas e com meias palavras. Mas o tempo mudou e hoje em dia até mesmo uma criança fala sem cerimônias sobre sexo. Fala-se tanto sobre o sexo que o que estamos vendo é a vulgarização de um tema tão importante.

As histórias que nossos avós contavam em momentos raros sobre a vivência sexual no casamento, apontam para o mito do "furo no lençol". Você já ouviu sobre isso? Pois é! Dizem que a relação sexual entre marido e mulher era feita através de um buraco no lençol. Ver, tocar e acariciar o corpo do esposo ou da esposa nem pensar. Desta maneira o sexo era pura satisfação biológica e não havia, acredito, espaço para as fantasias sexuais. Salvo, quem sabe, raríssimas exceções.

Entendo que a discussão suscitada a partir da enquete do site click família, se crentes casados – é bom deixar isso bem claro – devem ou não freqüentar o motel, coloca em questão se na vida conjugal há espaço para a realização de fantasias sexuais. Se não fosse isso entendo que não existe razão para discutir se a um casal crente, casado, é lícito ou não freqüentar um motel?

Sexo tem a ver com fantasias. Até porque antes da relação sexual o que há é a fantasia, e durante a atividade sexual o que também está em questão é a fantasia. Mas você pode perguntar: sexo não tem a ver com amor? Sem dúvida que sim! Ainda mais se tomarmos como referência os textos bíblicos. Mas não será a fantasia um dos componentes do amor? É possível amar sem fantasiar?

Não precisa ser nenhum conhecedor ou estudioso de história para saber que no início da era cristã, por ocasião do domínio do império romano, existiam muitos “motéis” espalhados pelas cidades de Roma, Corinto e outras, só não tinham o nome. Eram casas com banhos aromatizados, água quente, piscina e muito mais onde os homens compareciam para a satisfação dos seus desejos sexuais. Essas casas atendiam a diversas práticas: hetero e homossexuais, e as mulheres que freqüentavam esses espaços não eram as esposas dos ilustres cidadãos romanos.

Os “motéis” do império romano eram lugares de prostituição. O pensamento machista da época era que o homem deveria ter pelo menos duas mulheres: uma para cuidar da casa e criar os filhos, e outra para satisfazer os seus prazeres mais íntimos. Tal pensamento perdura por séculos e séculos – as mulheres são vistas como meros objetos de satisfação sexual do homem.

Bem mais pertinho da nossa realidade, na década de sessenta do século passado, o que observamos é um movimento por parte das mulheres onde elas reivindicam o direito ao prazer sexual – não querem mais ser meros objetos de satisfação sexual do homem. Sutiãs são queimados em praça pública como forma de protesto. O império contra-ataca!

Nada mais justo e bíblico que as mulheres busquem a satisfação sexual. Na primeira carta aos Coríntios o Apóstolo Paulo responde sobre as questões relativas ao casamento diz que por causa da prostituição o homem deveria ter sua própria mulher, ressaltando que o marido deve “pagar” a mulher o que é devido, e que, de igual modo a mulher deve “pagar” ao marido o que é devido (1 Co 7.3).A tradução da NVI é mais clara e diz que tanto marido como mulher devem “cumprir os seus deveres conjugais”. É assim mesmo – sexo só é bom quando é bom para os dois!

Qual o entendimento do Apóstolo Paulo em relação a satisfação sexual? – até porque há quem diga que esse era o seu espinho na carne. Estaria ele considerando a fantasia na relação sexual?

Suponhamos que estivesse – para mim estava -, pois ele era um homem entendido, esclarecido, de cultura, que abordava temas importantes de forma bem aberta e transparente. Será, então, continuando nossa digressão, que ele concordaria com o fato de que os casais casados da igreja de Corinto freqüentassem os “motéis do império romano”, como forma de incrementar a vida sexual no casamento?Veja bem, não estou e nem posso transferir a minha responsabilidade de comentar sobre a conveniência de um casal crente freqüentar ou não o motel para o Apóstolo Paulo, até porque ele não está mais entre nós. Então, tire cada um a sua conclusão.

É também nesta primeira carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios que encontramos a expressão: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém.” No capítulo 8, quando comenta sobre o comer ou não comer carne sacrificada a ídolos ele diz que não há problema algum e que se fosse só por conta disso os crentes de Corinto poderiam ficar tranqüilos, mas – alguém já disse que sempre tem que ter um “mas” para estragar a história – se tal atitude viesse a escandalizar um irmão, então deveria ser evitado. O limite da liberdade é ditado pelo outro e não por nós mesmos.

Será que poderíamos aplicar a mesma regra a questão de um casal crente, casado, freqüentar ou não um motel – a consciência do outro?

Mas se o problema é esse – a consciência do outro – não é difícil de ser resolvido. É só não comentar com ninguém a ida ao motel, pelo menos com aqueles que você sabe que não aceitam essa prática. Para ficar mais garantido quanto a isso um outro cuidado a ser tomado seria o de ir a um motel num lugar distante de onde se mora, para não correr o risco de ser visto. Isso não significa fazer as coisas escondido, mas tomar precaução, levando-se em consideração: a consciência do outro. É preciso também destacar que nenhum casal equilibrado vive comentando sobre a sua vida sexual com outras pessoas, não é verdade?

Veja bem! Estou abordando a questão de ir ou não ir ao motel pelo lado da fantasia sexual. É preciso considerar que toda a fantasia cobra um preço – falo de dinheiro mesmo. Um motel, (acredito) bom não é barato . Um motel barato, não é bom. Imagina deitar numa cama suja, com um lençol que não foi trocado dado a grande rotatividade de um local tão bem freqüentado! Tomar banho na banheira de hidromassagem, com uma água requentada, bem no ponto de conservar as bactérias que ali foram despejadas!!!Há de se medir essas e outras conseqüências. Por vezes um hotel simples, num local aprazível, romântico mesmo, com uma higiene adequada é bem mais barato que um motel. Pode não ter uma cama redonda, espelhos por todos os lados do quarto, luz ambiente, banheira de hidromassagem, piscina, etc. Mas se tem um quarto com uma cama de casal com um lençol limpo, um banheiro com uma boa ducha de água quente, toalhas limpas e até serviço de quarto. Precisa de mais o quê?

Alguns dizem que um casal crente não deve ir ao motel porque ali é lugar de prostituição, de promiscuidade, de pecado. Em parte estão certos, só em parte. Porque se for levar esse pensamento ao pé da letra será preciso deixar de freqüentar muitos outros lugares. Penso que se um casal casado crente tem vontade de ir ao motel, se é um desejo tanto do marido quanto da esposa, então devem planejar direitinho e ir, sem consciência pesada por conta de que estariam praticando algum pecado.

O Apóstolo Paulo disse “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém.”, entendo que com isso ele estava querendo dizer que numa determinada ação ou decisão é preciso levar em consideração os prós e os contras.

Cabe cada casal fazer esse exame e decidir se vale ou não vale a pena freqüentar um motel. Até porque a vida cristã não pode ser entendida como um conjunto de regras a partir do binômio: pode isso / não pode aquilo – isso está mais para farisaísmo do que para cristianismo.

Uma outra consideração que quero fazer é que relação sexual tem a ver com erotismo e erotismo na vida conjugal também não é pecado. Existem práticas eróticas pecaminosas, mas como diz a sabedoria popular: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa.

O livro dos Cânticos, por exemplo, é um livro que aborda temas eróticos, as metáforas empregadas pelo autor têm a ver com as fantasias sexuais, com o desejo sexual que Deus colocou no homem e na mulher. O motel, enquanto um espaço reservado para a prática do sexo, tem a ver com esse lado erótico que o amor entre um homem e uma mulher comporta.

Eliminar o erotismo do casamento é a mesma coisa que acabar com o casamento, mesmo que o casal opte por continuar dormindo na mesma cama.

Se o motel contribui para manter o erotismo no casamento, então não vejo problema algum.

Agora, se é só através do motel que o amor erótico é satisfatório aí é problemático. Até porque não é possível morar num motel. E se este for realmente o problema a saída seria fazer uma reforma na casa, em especial no quarto do casal, transformando-o em um quarto semelhante a um quarto de motel.Só que essa saída tem lá seus inconvenientes. Além do custo com a reforma, que não vai ficar barato, o quarto vai ter que ficar fechado o tempo todo, ainda mais se tiver filhos pequenos em casa; e o pior, corre-se o risco de ver os amigos e as amigas pedindo o quarto emprestado para passar uma noite de amor com a esposa, ou com o esposo!!!

Mas afinal de contas um casal crente, devidamente casado, pode ou não pode freqüentar um motel? Você quer mesmo saber qual a minha posição sobre esse assunto? Então vou dizer: não sou contra, e nem a favor, muito pelo contrário! (???) até porque penso que assuntos ligados a intimidade da vida sexual do casal são como os segredos da maçonaria e, portanto, não devem ser discutidos em público!!!
Falando sério: você decide!

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Um departamento de casados que nasceu no coração de Deus, e teve seu início no dia 07/09/2004, e com 6 casais apenas deu-se o início a esta organização chamada UNIÃO DE CASADOS.

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