segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Violência Familias e Abuso Sexual

Um dos assuntos colocados à margem da agenda de discussão, nos meio evangélicos, é a questão da violência familiar, pasmem se pensam que este tipo de atitude só acontece no mundo secular, não deveria acontecer no meio evangélico, mas acontece.
A sociedade de modo geral tem se preocupado com a questão. Como igreja evangélica não podemos ficar alienados.
O primeiro passo para um envolvimento positivo da igreja nesta questão é tomar conhecimento de alguns dados estatísticos que temos em mãos.
Vamos ter uma idéia da gravidade da questão, é bom lembrar que todos os dias, mais de 18 mil crianças são espancadas no país, segundo os dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Ainda segundo a UNICEF as mais afetadas são meninas entre sete e 14 anos. No Brasil, onde existe uma população de quase 67 milhões de crianças de até 14 anos, são registrados 500 mil casos/ano de violência doméstica de diferentes tipos. Em 70% destes casos os agressores são os pais biológicos.
Em Curitiba, a cada seis horas, as autoridades municipais tomam conhecimento de pelo menos uma criança vítima de violência, abuso sexual ou de maus tratos praticados pela própria família, em uma situação que é classificada de emergência. Os dados são baseados nas estatísticas do SOS Criança, serviço mantido pela prefeitura de Curitiba para garantir socorro a vítimas de agressão familiar. Somente no período de 15 de setembro a 15 de outubro, os agentes do serviço registraram 220 atendimentos (sendo que cerca de 120 somente para atender casos de violência ou maus-tratos).
No Rio de Janeiro, numa pesquisa da Universidade Federal do Rio de Janeiro sobre ‘violência doméstica’, o tipo mais comum de violência é a sexual (31,6%), seguida de maus tratos físicos (27,7%), negligência (24%) e abuso psicológico (15,8%). Na maioria das vezes, o algoz é o pai ou padrasto.
Até aqui temos um lado da questão da violência doméstica, isto é, a violência contra as crianças.
O outro lado triste é a questão da violência contra a mulher.
Segundo o ISER (Instituto de Estudos Religiosos), as agressões contra mulheres, cometidas pelos seus parceiros, no Rio de Janeiro, quase dobraram nos últimos nove anos (1992-2001): passaram de 17.596 para 34.831. A maioria dos casos é de queixas de lesões corporais dolosas, com 59,3% dos registros feitos às delegacias especializadas em atendimento às mulheres. Um outro dado, desta vez fornecida pelo SOS Mulher, da Secretaria Estadual de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, de março de 1999, ano da criação, até janeiro de 2001, foram atendidas 1.495 mulheres. Na sua maioria, mulheres entre 19 e 29 anos, agredidas pelos próprios parceiros. O que causa tristeza maior é saber que somente 15% dos homens que agridem mulheres hoje são punidos no Brasil.
Estes dados devem levar a uma reflexão por parte dos líderes evangélicos e da própria igreja evangélica brasileira.
Um outro caminho é estar consciente que o problema também acontece em famílias de nossas igrejas. Ignorar ou achar que o problema não existe em algumas famílias de nossas igrejas é adotar uma postura covarde e alienante. Em nosso trabalho com casais, em diversas partes do Brasil, através das dinâmicas de grupo que realizamos, podemos verificar sinais claros de que o problema também existe em nossos arraiais.
O que podemos fazer como pastores e líderes? Quais seriam os possíveis caminhos que uma igreja disposta a ministrar às famílias pode tomar?
Ø O primeiro caminho é de caráter educativo.
Esta educação pode ser realizada através de palestras, projeção de filmes que abordam a questão e depois abrir um debate com os participantes. O tema também pode estar presente nos congressos e seminários sobre família que as igrejas e a denominação realizam. Os pastores podem pregar mais sobre o assunto.
Ø Frisar a idéia de que Deus não criou os seres humanos para serem maltratados uns pelos outros.
Existem textos bíblicos que abordam a questão e podem ser explorados. Tenho certeza absoluta que quando o tema for mais explorado, os casos começarão a aparecer e serão mais visíveis aos nossos olhos.
Ø Educar as meninas e meninos quanto às maneiras de se defenderem e buscarem ajuda quando necessária.
Ø Prover mecanismos de apoio às vítimas da violência doméstica.
Precisamos dizer para essas pessoas que elas não estão sozinhas. Um ponto importante é resgatar a auto-estima e autoconfiança da vítima. Para isto é preciso criar na igreja uma atmosfera de confiança e segurança.
Ø As igrejas podem desenvolver programas de apoio às vitimas, inclusive financeiro, nos casos emergenciais. Casas de famílias podem ser cadastradas e treinadas para receberem, temporariamente, as mulheres que são vítimas da violência de seus parceiros.
Ø Pode-se analisar a questão do aconselhamento pastoral às vítimas. As denominações podem estudar maneiras de prover uma capacitação contínua dos seus líderes neste sentido.

Não podemos esquecer que é preciso um confronto com o abusador. Precisamos deixar bem claro que a violência doméstica é errada e precisa ser tratada de maneira bíblica e psicológica. Às vezes, a igreja terá que apoiar financeiramente o tratamento de toda uma família.
Concluindo, o tema está colocado para uma reflexão. O assunto é difícil, mas é preciso encará-lo de frente e, acima de tudo, com uma proposta bíblica onde o amor, compreensão, apoio, ajuda e confrontação sobressaem de forma clara e relevante.
Se como igrejas evangélicas queremos ser relevantes às famílias deste novo milênio temos que encarar esta realidade. Muitas vezes cultivamos uma visão romântica de família, como se esse e outros problemas não acontecem. A realidade familiar, às vezes, é cruel e dolorida. São para esses e outros tipos de problemas familiares que devemos ser mensageiros da graça de Cristo.

Abuso sexual
Eu acredito que uma das coisas mais difíceis de enfrentar é o abuso sexual de uma criança, tanto o terapeuta como o pai ou mãe; nem falar então, o que está sofrendo a criança. O efeito é muito devassador porque a criança aprende como são os "seres humanos" através da experiência que têm com estes seres humanos, em geral, familiares.
Um dos fatos mais aterradores é o número de crianças que são abusadas por familiares ou conhecidos da família. A nossa tendência é de pensar que gente estranha agarra a criança desprotegida e faz isso.
Mas as estatísticas não sustentam esta fantasia. A verdade é que geralmente é alguém da família: pai, tio, irmão, avô, padrasto ou algum vizinho.
Tampouco é verdade que é apenas "curiosidade sexual" e que isso não deixa traumas. Em pesquisa feita, várias pessoas (homens e mulheres) que compartilham as lembranças de infância que choram ainda da dor desta violação que sofreram e os resultados disso na sua vida adulta.
Ignorar os fatos não ajuda ninguém: o inimigo adora fincar seus ganchos nos segredos da nossa vida e usa suas mentiras para nos enganar e nos manipular. Ele sussurra coisas do tipo: "Ninguém vai gostar de você por causa disso.” Você é suja “(o).” É “tua culpa - você fez algo para merecer este tipo de tratamento” e assim por diante..
O que fazer quando nos damos conta que uma criança foi abusada sexualmente? A criança pode sofrer muito, mas se a situação for bem manejada, também pode se recuperar e viver uma vida tranqüila.



Fale com calma com a criança
Não a assuste mais ainda. Não queremos re-traumatizá-la pelas nossas ações ou atitudes. Pergunte o que aconteceu, assegurando-a que você quer ajudá-la e por isso precisa dos fatos.
É importante que ela entenda que não vai ser castigada por contar, especialmente levando em consideração que o perpetrador muitas vezes ameaça a criança com castigos se ela contar a verdade. É parte do enredo...
Acredite no que ela diz
A criança não tem para que mentir sobre uma coisa assim. Como mãe ou pai, pergunte o suficiente para entender o que aconteceu e busque ajuda profissional: um pediatra que tenha experiência em lidar com crianças e um terapeuta infantil.
Há terapeutas que às vezes têm uma boneca (o) com os órgãos genitais onde a criança pode mostrar o que foi que lhe aconteceu em vez de contar. É possível que a criança não tenha as devidas palavras no seu vocabulário para explicar o que aconteceu e mostrando na boneca lhe facilite a conversa.
Quem sabe o mais doloroso para a criança pode ser a reação dos pais: a mãe que não acredita que o marido fez isso com a filha (o); ou uma reação rude, de fúria em relação ao que aconteceu, mas que a criança entende que é contra ela; "inspeções corporais" nas partes privadas da criança que são feitas sem sensibilidade ao que está sofrendo a criança. Já ouvi pessoas que disseram que o que aconteceu depois foi pior do que o abuso sexual.
Assegure a criança que a culpa não é dela
E não é. Uma criança nunca pode ser responsabilizada pelo abuso sexual acometido por um adulto contra ela. Não há NADA neste mundo que possa justificar algo assim. Às vezes pensam que poderiam ter feito algo para evitá-lo, mas não é verdade.
Permita que a criança fale sobre isso sempre que quiser. Por ser tão doloroso para os pais, a tendência é querer evitar tocar no assunto. Mas permita que a criança fale, porque faz parte do seu processo de recuperação. Se ela precisa chorar, deixe que chorar: o "veneno" das lembranças sai pelas lágrimas.
Uma das coisas difíceis de lidar na recuperação do abuso sexual é o fato de emoções ambivalentes. Às vezes a única atenção que a criança recebe de algum adulto é através do abuso sexual; então ela "agüenta" essa parte por receber a outra. Também acontece que a criança pode sentir algum prazer durante a experiência de abuso sexual. Isso é normal.
Quando Deus criou nossos corpos, fez que com certas partes respondessem ao toque erótico, não importando de quem vinham e de que forma. Já ouvi relatos de muitas pessoas morrerem de vergonha e culpa ao confessar que pensavam que não tinha sido abuso sexual porque tinham sentido prazer.
Outro mito é que porque não houve penetração, não houve abuso. Qualquer toque indevido é abuso. Conheço casos de mulheres onde algum familiar lhe passava a mão nas pernas ou nos órgãos genitais ou nos seios, e pensavam, "Bom, não foi abuso porque não houve penetração."
Mas os sentimentos de se sentirem abusadas, violentadas ou sujas estão presentes, e coloriram toda a sua forma de relacionar com o mundo a partir de então.
Se a pessoa que cometeu o abuso mora em casa, é IMPRESCINDÍVEL que sejam separados. Isso significa que os pais talvez tenham que se separar, ou tenham que separar os filhos, especialmente quando se trata de casos de adolescentes. Com crianças pequenas, elas não como defenser-se contra um adulto. Precisam que os adultos a protejam.
Às vezes se sentem culpadas porque "papai não mora mais em casa", mas precisam entender que ele está fora porque ela precisa de proteção, e ele precisa de tratamento. Lamentavelmente, o índice de reincidência para pedofílicos (adultos que sentem atração sexual por crianças) é muito alto. Por mais que prometa que não vão voltar a fazer isso, as estatísticas e a prática ensinam o contrario.
Nos Estados Unidos é obrigatório por lei informar as autoridades quando há uma suspeita de abuso de crianças, quer abuso físico ou sexual. O não informar as autoridades implica em perder o direito da pratica clínica se for descoberto.
O Departamento de Serviços Sociais faz uma investigação e, se comprovam os fatos, as crianças são encaminhadas a tratamento e o (a) perpetrador (a) são acusados e processados criminalmente.
Com a Lei de Megan, também é obrigatório avisar aos vizinhos quando um comprovado perpetrador infantil vai morar em qualquer lugar, para que os pais possam saber que tem que cuidar seus filhos.
Busque tratamento adequado
A psicoterapia pode ajudar muito. Oração também. Oração pela "cura das lembranças" feita de forma responsável e íntegra também pode ser muito positivo.
A tese é que quando somos traumatizados, essa lembrança, em vez de ser processada normalmente durante o sono como são as nossas lembranças diárias, não consegue ser "digerida" e fica na inconsciência até a nível neurológico. Ao imitar os movimentos oculares (ou aplicar a estimulação bilateral) enquanto a pessoa pensa na lembrança, o processamento começa de novo e a pessoa consegue finalmente digerir o fato e arquivá-lo no computador da memória.
Os resultados têm sido impressionantes e há mais de 20 000 clínicos treinados nos Estados Unidos. Tendo tido a experiência pessoal de lidar com os pacientes com este tipo de tratamento, tenho visto melhoras imediatas e impressionantes. Já existem profissionais capacitados no Brasil nessa técnica.
Finalmente, evite o abuso sexual dos seus filhos. Ensinem a eles que há partes dos seus corpos que são "íntimas" o que significa, "não toque". Pergunte a seus filhos de tempos em tempos, mesmo quando são pequenos se alguém os tocou de forma indevida. Ensinem pelo exemplo que há liberdade e confiança para falar dessas coisas.
Há livros que podem ajudar a instruir crianças, mesmo com 3 ou 4 anos, a se protegerem. Se a criança sabe que este tipo de toque não é apropriado, pode reclamar ou fazer um "fiasco" grande suficiente para espantar o perpetrador em potencial que precisa do segredo para poder agir; ou buscar a ajuda de um adulto de confiança.
Concluindo, geralmente a tendência é ninguém falar nada sobre o abuso para evitar constrangimentos. Mas é necessário falar. A pessoa precisa saber que não está mais no anonimato, que precisa de tratamento psicológico ou até mesmo psiquiátrico, que o que fez não é normal, não é certo e que fez feridas profundas na vida de pessoas. É preciso coragem e determinação para falar, pois se continuar, mais cedo ou mais tarde, molestará outras crianças.
Quem sabe, se fizermos um esforço, conseguiremos enxergar muitas coisas que não queremos ver dentro de nossas casas ou de nossas igrejas.

Um comentário:

Muito mais que vencedor disse...

Cláudio, muito bom seu comentário. Utilizei o seu assunto para estudar uma abordagem neste assunto para um programa de TV evangélico para falarmos sobre isto. Sou entrevistador. A realidade é absurda, mas somos a igreja, chamada para resplandecer e fazer das trevas luz para o Senhor Jesus. Deus te abençoe!!

União de Casados PIBA

Um departamento de casados que nasceu no coração de Deus, e teve seu início no dia 07/09/2004, e com 6 casais apenas deu-se o início a esta organização chamada UNIÃO DE CASADOS.

Tendo o objetivo de direcionar e orientar, dinamizar e promover a integração entre os casais da PIBA através de estudos doutrinários sobe a perfeita forma de viver uma vida conjugal com Amor, Respeito Mútuo, Elogios, Reverência e Gratidão aos pés do Senhor.

Realizando estudos, orações, lazer entre os casais participantes e fazendo da família um grande instrumento de evangelização segundo o seu viver de acordo com a vontade de Deus.

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